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O plano de carreira ideal era aquele em que, depois de uma contratação, se ingressava numa empresa para crescer, mudar de cargo, de salário, de posição e essa era a meta de crescimento, mesmo que fosse dentro dos muros da organização. Era esse o modelo tradicional e formal de desenvolver carreira, pois o tempo passou e, assim como tantas transformações que mudaram o curso da vida e do trabalho, a carreira profissional foi ganhando uma nova configuração.

 

Diferentes modelos de progressão de carreira dentro das empresas, propostas de crescimento em formatos Y, W, T tentavam atender uma mudança na visão dos profissionais, de modo a abraçar necessidades reais presentes na vida dos funcionários. E hoje o que temos visto, é que muitas empresas têm proposto modelos de crescimento de carreiras mais flexíveis e que contemplem diferentes necessidades.

 

O "fazer carreira" mudou e de algum modo, todos nós percebemos e sentimos isso sim, mas o principal de agora em diante, é saber o que fazer com essa informação. Tão fundamental quanto entender o novo momento, é saber como seu comportamento pode colaborar ou ser um sabotador da sua carreira daqui em diante, por isso, para começar a reflexão que proponho na pergunta de intitula esse texto, eu gostaria de propor que você refletisse sobre a sua vida e carreira hoje: você se sente feliz com a sua história de vida e profissional? Que tal olhar para a sua história nos últimos cinco anos e refletir sobre caminhos e escolhas que lhe trouxeram até aqui? Fazer um breve histórico da sua carreira lhe ajudará a construir um caminho relevante para a reflexão que virá a seguir.

 

Traçado o histórico, volte-se para o atual momento e pergunte: "quem gere a minha carreira?". Gerir a própria vida profissional é sobre ser protagonista da própria carreira e para isso, um caminho é rota obrigatória: o desenvolvimento profissional contínuo, afinal, hoje temos a clara compreensão que devemos ser os responsáveis pela carreira que estamos construindo. Para gerir a própria carreira e ser protagonista da sua história profissional, é importante também refletir sobre quais são os seus objetivos profissionais: pensar como se está e onde se deseja estar. É importante falar que essa trilha não se aplica apenas a quem é empreendedor ou deseja ter autonomia profissional, pois mesmo dentro das organizações, estamos construindo marcas profissionais e individuais próprias e são elas que ficam para o mercado e nos asseguram um passaporte para quando a reposição profissional precisa acontecer.

 

Para ajudar você que deseja ir mais fundo e começar a praticar o caminho do protagonismo profissional, listei cinco pontos importantes que colaboram com esse movimento reflexivo que deve ser constante:

1. Saber escolher!

É importante ter clareza sobre si, sua vida, sua história e saber identificar e estabelecer critérios. O que é importante para você? O que pode ser secundário? Para um protagonista profissional saber escolher é fundamental.

2. Saber se autoliderar!

Antes de pensar em liderança como um cargo mais elevado, é importante desenvolver a nossa liderança como atitude e compreender a nossa responsabilidade em nos autogerenciarmos. Daqui também vem a capacidade de influenciar o outro, a habilidade de persuasão e de negociação, tão importantes para caminharmos bem em nossa jornada profissional.

3. Saber ter foco!

Saber ter foco no sentido mais amplo, muda tudo! É esse o caminho mais seguro para aprendermos a estabelecer prioridades pontuais para um tempo mais curto e outro mais longo. Aqui é onde se desenvolve o saber dizer não e onde se percebe que foco é sobre ser determinado e estar disposto a estabelecer e cumprir os compromissos que fizemos para nossa vida e carreira.

4. Saber ser assertivo!

A comunicação é o primeiro de todos os processos, sem ela não existe sucesso realizável e uma comunicação clara e assertiva sobre si e com os outros é fundamental para quem deseja atuar no protagonismo profissional.

5. Saber se conectar com outras pessoas!

A capacidade de conexão com pessoas é também um grande diferencial atualmente. Não basta estar conectado aos meios e ao mundo a partir da tecnologia. Como você toca as pessoas, as atrai e se conecta com elas para parcerias, negócios e ou simplesmente trocas de conhecimento, fazem diferença, pois entramos na fase da partilha e do compartilhamento. Aqui é onde vemos que, por melhores profissionais que sejamos, sozinhos não iremos muito longe. Para além de saber estabelecer as parcerias, pedir ajuda e assumir a nossa vulnerabilidade e interdependência contam muito. Costumo dizer que diante da floresta, qual caminho eu vou abrir? Mas vale lembrar que a abertura desse caminho não precisa ser sozinho, pois fazemos parte de um sistema bem maior e ele é regido pela colaboração.