Publicado por: Leticia Benvenuti Castelo - 12/12/2016
“As empresas contratam por sua capacidade técnica e demitem por competências comportamentais”. Você já deve ter ouvido ou lido isso em algum lugar. E isso é realmente verdade, com apenas uma observação: as empresas mais maduras já contratam também considerando suas competências comportamentais. Não se engane ao pensar que você pode esperar entrar em determinada empresa para então melhorar seus comportamentos. Você ficará para trás.
E hoje, a principal competência comportamental requerida em qualquer organização, e eu diria também em qualquer relação, é a inteligência emocional. A teoria do psicólogo Daniel Goleman foi considerada revolucionária uma vez que propõe essa “nova inteligência”, une razão e emoção para falar de inteligência, ultrapassando o conceito de QI.
A inteligência emocional não é apenas saber controlar suas emoções, envolve principalmente saber usá-las positivamente na direção de seus objetivos e em benefício das suas relações. Engloba autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e relacionamento interpessoal. Ou seja, trata-se de um aglomerado de competências que precisamos desenvolver para termos inteligência emocional.
Embora seja complexa, a inteligência emocional pode e deve ser desenvolvida.
Autoconhecimento: primeiramente, você precisa se conhecer. Conhecer as suas emoções e reações. Muitas pessoas não conseguem nem identificar o que estão sentido em determinada situação, se é raiva, se é frustração, tristeza ou outra emoção. Por tanto, observe-se, analise-se e compreenda o que você de fato está sentindo em cada situação.
Autocontrole: a partir do momento que você conhece rapidamente identificar o que está sentindo, fica mais fácil de controlar suas emoções, ou seja, não ter atitudes impulsivas frente às situações. Nesse ponto você precisará utilizar muito o seu lado racional, avaliar prós e contras de suas possíveis reações, para então controlar suas emoções, por mais forte que sejam.
Automotivação: mas controlar nossas emoções não significa “engolir tudo” ou não reagir. Todas as emoções, sejam elas positivas ou negativas, são fontes de energia e podem nos mover para alguma ação. Controlamos nossas emoções para então utilizarmos essa energia a nosso favor e em prol dos objetivos que queremos alcançar.
Vamos ver um exemplo: imagine que você trabalha há 10 anos em uma empresa, no mesmo setor. Você tem um colega de trabalho que entrou há seis meses e está trabalhando com você. Surgiu uma oportunidade dentro da empresa e ele foi promovido, e você não. Que emoções podem surgir, nesse momento? Raiva, frustração, indignação, sentimento de injustiça, medo? O que fazer frente a isso?
Muitos profissionais, indignados com a situação, se revoltam contra a empresa, diminuem sua produtividade, já que não estão sendo reconhecidos, começam a falar mal do chefe, da empresa, do profissional do RH, etc. O que ele vai ganhar com essas atitudes? Absolutamente nada. Pelo contrário, pode inclusive ser prejudicado, perdendo a confiança da empresa, queimando sua imagem ou até mesmo sendo desligado.
Que tal usar essa energia da raiva a seu favor? Melhorando seu desempenho, identificando suas possíveis falhas e os motivos de não ter sido você quem foi promovido, buscando estar preparado para uma nova oportunidade.
Empatia: apenas quando você já consegue lidar bem com suas emoções que você é capaz de ser empático com alguém. Empatia significa conseguir se colocar no lugar do outro, como o outro. Ou seja, olhar pelos olhos do outro. Quando somos inteligente emocionalmente aumentamos o nosso grau de compreensão nas pessoas e isso facilita nossas relações.
Relacionamento interpessoal: a inteligência emocional se “completa” quando conseguirmos implementar esses comportamentos nas nossas relações e então melhorar o nosso relacionamento interpessoal.
O mercado não comporta mais profissionais com baixa inteligência emocional. As relações precisam de inteligência emocional para que funcionem bem e sejam mais produtiva, em todos os sentidos. Se autoavalie, perceba que aspectos da inteligência emocional você ainda precisa desenvolver, peça feedback para seu líder, para seus pares, para sua equipe, para sua família e amigos. Muitas vezes nós mesmos não conseguimos identificar aspectos que prejudicam nossas relações.
Referência: Inteligência Emocional, Daniel Goleman (2001).