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Modelos Gerenciais: o que são e quais usar

Publicado por: Leticia Benvenuti Castelo - 28/11/2017

O que é um modelo gerencial? Modelo é um conjunto de premissas relacionadas a determinados fenômenos, é uma representação de uma realidade mais complexa. Um modelo gerencial representa alguns pressupostos a serem utilizados pelos gestores de empresas, de modo a orientá-los a buscar a eficácia e eficiência organizacional.

Os modelos gerenciais foram se desenvolvendo a partir das necessidades e dos contextos de determinados períodos históricos. Podemos dividi-los em quatro grandes modelos:

  • Metas Racionais;
  • Processos Internos;
  • Relações Humanas e
  • Sistemas Abertos.

Os modelos das Metas Racionais e de Processos Internos emergiram nos primeiros anos do século XX, onde se tinha uma economia caracterizada pela riqueza de recursos, “mão-de-obra” barata, políticas mais liberais e o grau de escolaridade da população era baixo. Nesse contexto, o modelo das Metas Racionais propunha foco total na produtividade e lucro da empresa. Este modelo entende que ter uma direção clara gera resultados produtivos.

O modelo de Processos Internos, por sua vez, traz a compreensão da necessidade de se buscar estabilidade e continuidade. Para isso, traz o que chamamos de “burocracia profissional”, ou seja, estabelecem-se regras, processos e meios para controlar tudo isso.

No segundo quarto do século, período em que a sociedade vivenciou a quebra do mercado de ações em 1929 e a Segunda Guerra Mundial, começou a emergir o modelo de Relações Humanas, principalmente a partir da pesquisa de Elton Mayo e Fritz Roethlisberger, que ficou conhecida como a Experiência de Hawthorne.

Tal experimento trouxe a compreensão de que a produtividade dos profissionais aumenta na medida em que recebem mais atenção, além de provocar a reflexão sobre a influência exercida pelos relacionamentos interpessoais no desempenho de uma equipe e de um profissional.

O modelo de Sistemas Abertos emergiu no período de 1951 e 1975, época em que as empresas deparavam-se com a competitividade do mercado. Para que uma organização alcance sua eficácia, ela precisa ter adaptabilidade e flexibilidade. Destaca-se a inovação como um diferencial competitivo percursor desse modelo.

E qual modelo gerencial utilizamos ou devemos utilizar hoje? Frente a esse contexto dinâmico, com transformações rápidas e constantes, em que a única certeza é a incerteza, meus clientes executivos me questionam sobre qual postura adotar.

A competência gerencial central para os gestores é a flexibilidade, a capacidade de adotar uma pouco de cada modelo gerencial, de acordo com a necessidade do contexto e da equipe.

O “modelo atual” é o que integra os pontos positivos de todos os modelos descritos aqui, compreendendo que cada um deles representa competências gerenciais, papéis que os líderes precisam exercer para conseguir alcançar a eficácia organizacional em meio a esse contexto de intensas transformações.

Fonte: QUINN, Robert E. et al. Competências Gerenciais: Princípios e Aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.