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Fiquei desempregado, e agora?

Publicado por: Leticia Benvenuti Castelo - 05/12/2016

Infelizmente a taxa de desemprego no Brasil cresceu nos últimos trimestres e colocou nosso país em 7o lugar no ranking mundial desse indicador, em termos percentuais. Embora essa seja a realidade de aproximadamente 11,8 milhões de brasileiros (dados de julho de 2016), não podemos nos conformar com essa situação e aguardar a crise passar para então se recolocar no mercado de trabalho.

Estar desempregado afeta não só a saúde financeira do profissional e de sua família, como também sua autoestima e equilíbrio emocional. E principalmente por esse desequilíbrio emocional e baixa autoestima é que se torna ainda mais difícil se recolocar no mercado de trabalho.

Você já se perguntou porque alguns profissionais se recolocaram no mercado de trabalho de maneira mais rápida que outros? Mesmo que eles sejam da mesma área profissional e atuem na mesma região? Que fatores contribuíram para essa recolocação mais ágil, mesmo diante da crise que vivemos? Sorte? Coincidência? Acaso?

Certamente diferentes fatores contribuem para o processo de reinserção no trabalho, no entanto observo como aspectos internos das pessoas são cruciais nesse momento. Frente à demissão ou a longo período de desemprego, o profissional começa a questionar sua capacidade, começa a acreditar que não será capaz de se recolocar, às vezes, assume uma postura de raiva e crítica aos selecionadores e a outros fatores externos e acaba se tornando descrente de si mesmo.

Autoavaliação

Vamos fazer uma autoavaliação. Imagine que você acabou de ser demitido. Eu lhe pergunto: Quem é o principal responsável por essa demissão? Se sua resposta é algo do tipo: a crise, meu chefe, minha empresa ou outro fator externo, você provavelmente levará mais tempo para se recolocar. Se você respondeu “Eu”, você já está dando o primeiro passo para conseguir um novo trabalho.

Minha próxima pergunta para você, desempregado, essa situação é um problema ou uma oportunidade? Se você pensou parecido com: “Claro que é um problema, como vou me manter daqui pra frente? Ainda mais com essa crise em nosso país.”

Agora, se você é capaz de enxergar que essa situação aparentemente negativa pode ser uma oportunidade para você, parabéns, mais um passo para o seu desenvolvimento profissional.

Não estou negando que aspectos externos interferem no processo de demissão de um profissional. Aliás, iniciei o texto apresentando dados estatísticos da realidade do nosso país. Também não estou afirmando que ser demitido é algo positivo e que temos que ficar felizes com isso.

Apenas digo que se eximir 100% da responsabilidade de ter sido demitido, assim como apenas enxergar como o fim do mundo, não irá facilitar a sua recolocação, pelo contrário, seu caminho será mais longo e provavelmente mais dolorido.

A demissão, o desemprego, assim como outras situações difíceis que vivemos em nossas vidas são fatos concretos e, para superá-los precisamos em primeiro lugar, aceita-los. Já ouviu a expressão: “Aceita que dói menos”? Pois é, é mais ou menos isso mesmo. Aceita, pois é o primeiro passo para conseguir uma mudança. E aceitar implica em compreender a situação de forma complexa e madura, implica em reconhecer sua responsabilidade, identificar também os fatores externos que contribuíram para isso e buscar ampliar as possibilidades de resolução.

Autoconhecimento é a chave

Sendo assim, para você conseguir sair do desemprego, primeiramente se conheça:

- Identifique seus pontos fortes, pois você precisará saber valorizá-los e mostrá-los para os outros;

- Reconheça os aspectos que você precisa se desenvolver e procure trabalhá-los internamente ou busque auxílio de um profissional para isso;

- Pense “fora da caixa”, as resoluções muitas vezes não estão no óbvio ou no conhecido;

- Reinvente-se, seja criativo, inove;

- Conecte-se com pessoas, amplie seu networking através das redes sociais, de seus contatos pessoais. Nossa rede de relacionamentos é um dos principais recursos facilitadores para a reinserção.

Para conseguir tudo isso, você pode pedir feedback. Peça feedback para quem trabalhou com você, peça feedback para quem te reprovou num processo seletivo, peça feedback para sua família e amigos. Muitas vezes é difícil conseguir sozinho enxergar nossas características, sejam elas positivas ou negativas.

E, além de todo esse esforço, gaste energia com o que te faz bem. Fique com a família, pratique um exercício físico, cuide da sua saúde, encontre amigos… pois quando um pilar de nossa vida está abalado, são os outros pilares que poderão te ajudar a não cair no chão de uma vez e se machucar.